Você conhece a história das opções na B3? A bolsa brasileira conta com algumas particularidades que fazem com que existam diferenças entre os mercados financeiros no Brasil e no exterior.
Hoje vamos falar um pouco da B3 e principalmente de como o mercado de opções evoluiu ao longo do tempo.
Preparado(a)?
O início da bolsa brasileira
Embora o mercado financeiro tenha se tornado uma moda no Brasil e ganhado tração de alguns anos para cá, o mercado acionário aqui no Brasil já existe há muito tempo.
A primeira bolsa do Brasil se chamava Bolsa Livre, fundada por Emílio Rangel em 1890. Ou seja, há mais de um século! Naquela época o mercado era muito restrito, então a maioria das operações envolvia compra e venda de títulos.
Não demorou muito e a bolsa já começou a refletir as atitudes da economia real. Com um governo que gerou hiperinflação, houve uma grande onda especulativa na bolsa de valores do Brasil. Ou seja, a especulação, as manias e as narrativas de euforia não são nada novo. Elas existem há muito tempo!
No entanto, o fenômeno de hiperinflação e especulação no Brasil conheceria seu ápice nos anos 80.
Portanto, a Bolsa Livre foi fechada em 1891. Alguns anos depois, em 1895 a bolsa foi reaberta, sob o novo nome de Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. Pouco tempo depois, nos anos 30, a bolsa mudou de nome novamente, dessa vez para Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), nome que provavelmente você conhece.
Ainda hoje, as pessoas se referem à bolsa de valores brasileira como Bovespa.
As múltiplas bolsas do Brasil
Você sabia que o Brasil já teve mais de um bolsa de valores? Pois é, além da bolsa de São Paulo, existia também a bolsa do Rio de Janeiro, entre outras.
Existiam diversas bolsas no Brasil antigamente, e geralmente essas bolsas agrupavam os mercados de alguns estados específicos. Ou seja, da mesma forma que existia a bolsa de São Paulo e a bolsa do Rio de janeiro, existiam também bolsas na Paraíba, Pernambuco, Paraná, entre outros.
No entanto, as duas principais bolsas do Brasil sempre foram a bolsa de São Paulo e a bolsa do Rio de Janeiro. Já nos anos 2000 a bolsa de São Paulo se fundiu com a bolsa do Rio de Janeiro e outras bolsas (menores) do país para centralizar e unificar as operações.
A partir desta fusão ficou determinado que a Bolsa de SP iria cuidar de ações e a bolsa do RJ ficaria responsável por títulos públicos.
No final dos anos 2000, mais precisamente em 2008 a bolsa passou a se chamar BM&F Bovespa, pois agora estava unificada com a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).
Alguns anos depois houve a junção com a CETIP.
Hoje em dia, tudo isso mudou de nome, novamente, e virou a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).
Inclusive é curioso você ver vídeos antigos ou filmes antigos sobre a bolsa de valores, pois a atividade era muito diferente do que é hoje. Antigamente a sala do pregão (em inglês “trading floor”) ficava sempre lotada de pessoas gritando.
“Como assim?”, você deve estar se perguntando. Se você é novo no mercado financeiro, ou se é jovem, provavelmente sabe que hoje em dia você abre sua conta numa corretora, manda o dinheiro, e negocia pela plataforma. Ou seja, tudo acontece online e de forma remota!
Pois bem, antigamente não era assim que funcionava. As operações eram feitas via telefone, onde o investidor ligava para um corretor que tentava negociar os ativos na sala do pregão, em meio a toda aquela gritaria. É justo dizer que os dias de bolsa eram muito mais estressantes antigamente!
A BM&F e os derivativos
A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) hoje faz parte da B3, porém antigamente era uma instituição à parte. Ela permite a negociação de commodities agropecuárias, minerais, forex (moedas), entre outros.
Em outras palavras, a BM&F permite a exposição do investidor aos contratos futuros e às opções, derivativos. Você pode, por exemplo, comprar opções de commodities, ou contratos futuros. Temos como exemplos o café, milho e boi gordo.
Quando foi fundada em 1917 a Bolsa de Mercadorias de São Paulo foi a primeira forma de os brasileiros poderem negociar ativos ligados à agropecuária. Na época, o forte era poder comprar contratos futuros ligados a café, boi gordo ou algodão.
Além disso, nos anos 80 foi criada a Bolsa Mercantil & de Futuros. Muitos nomes da bolsa eram conhecidos por especularem no mercado futuro, como, por exemplo, o Naji Nahas. O magnata tinha tanto dinheiro que, sozinho, conseguiu manipular preços de mercado.
Inclusive, ele já chegou a ser dono de mais de 5% da Petrobrás e da Vale. É claro que na época as empresas eram bem menores. Mas ainda assim, imagine o tamanho da posição se fosse hoje em dia.
Naji usava contratos futuros e opções para especular na bolsa brasileira, e inclusive teve sua carteira de investimentos confiscada, e ficou conhecido por quebrar a bolsa do Rio de Janeiro.
Em 1991 a BM&F se uniu a Bolsa de Mercadorias de São Paulo e dessa união saiu a BM&F.
A liquidez na bolsa brasileira
Como já falamos em outros artigos, a liquidez é imprescindível para que você possa entrar e sair de posições com segurança. Afinal, imagine que se você não tem liquidez, não tem jogo de mercado.
Ou seja, se não tem jogo de mercado, não há pessoas comprando e vendendo os ativos. Por isso, ao montar estratégias com opções, você sempre precisa escolher opções que tenham bastante liquidez. E uma das formas de medir isso é olhando por exemplo o spread entre o bid e o ask (quanto maior o spread, menos liquidez possui aquele ativo).
Outra forma de analisar a liquidez é verificar o volume diário de negociação daquele ativo ou do ativo-objeto da opção que você selecionou.
Portanto, a falta de liquidez pode ocasionar grandes problemas, como no caso citado acima de Naji Nahas. Pelo fato do magnata ter posições muito grandes num mercado ainda pouco líquido, era fácil manipular preços com alguns milhões.
Na época, Naji Nahas já havia tomado advertências da bolsa de São Paulo por conta dos riscos de alavancagem (ele pegava dinheiro emprestado de bancos para especular). Portanto, ele decidiu controlar suas operações concentrando-as na bolsa do Rio de Janeiro.
Como a bolsa tinha pouca liquidez na época, a alavancagem causava o risco de obrigações de opções não serem honradas. E numa operação específica, os bancos que emprestavam dinheiro ao Naji se recusaram a continuar emprestando, deixando ele sem fundos. A bolsa do Rio de Janeiro quebrou por conta disso.
Mesmo até meados dos anos 2000, a bolsa nem sempre teve a liquidez que tem hoje. Inclusive em 2008 no Brasil não existiam puts, pois não havia liquidez para este mercado. Tudo isso foi evoluindo ao longo da última década (2010 – 2020).
Qual plataforma usar para operar opções?
Hoje em dia existem diversos sites de análise de dados de mercado.
Porém, nada melhor do que uma plataforma para você poder acessar todos esses dados enquanto escolhe seus investimentos e prepara suas operações.
No Brasil, o OpLab é a melhor plataforma para operar opções e enviar ordens; você pode ver o seu gráfico de payoff e cotações em tempo real. Essa ferramenta também é perfeita para gestão de portfólio.
Ou seja, você pode incluir diversas classes de ativos na sua carteira: ações, opções, renda fixa e fundos imobiliários. Na plataforma OpLab você tem a seção de indicadores fundamentalistas que permite que você veja dados financeiros das empresas.
Ademais, você tem book de ofertas, indicadores técnicos, indicadores estatísticos, tela de pozinhos em tempo real, simulador de opções, etc.
Conclusão
Como você deve ter percebido, a bolsa brasileira tem muita história, e às vezes fica até um pouco confuso entender como todas as instituições diferentes se tornaram a B3.
No entanto, é inegável que a bolsa tenha proporcionado grandes benefícios ao país, principalmente no que diz respeito ao mercado de commodities, do qual o Brasil é muito dependente.
Por exemplo, a possibilidade de negociar contratos futuros e opções permitiu que empresários e produtores pudessem se proteger de oscilações de preço, fazendo hedge. E isso é fundamental para quem lida com commodities ou ativos voláteis.
Por outro lado, a bolsa também permitiu a criação de riqueza e a especulação, o que gerou sucessos e insucessos. Muito do insucesso veio por conta da falta de liquidez e falta de informações sobre o mercado na época.
Hoje em dia podemos dizer que a bolsa cresceu muito e sua liquidez também. Ou seja, existe a possibilidade de se expor a mais classes de ativos, com diferentes instrumentos financeiros e mais investidores envolvidos.
Gostou desse artigo? Então compartilhe em suas redes sociais e marque o Oplab!
Até a próxima.