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5 filmes sobre o mercado financeiro para assistir

Não é de hoje que existem filmes sobre o mercado financeiro. Na verdade, esse tema sempre foi bastante popular, especialmente em épocas de alta no ciclo econômico.

E é claro que numa alta de ciclo, a bolsa de valores chama atenção de todo mundo até que o ciclo vire e a crise espante todo mundo. Isso acontece de tempos em tempos, como vimos durante os anos 20, antes do crash de 1929. Vimos isso também nos anos 80 antes do crash de 1987.

Isso também foi visto no final dos anos 90 antes do estouro da bolha da internet. Ademais, isso foi novamente visto durante os anos 2000 antes do crash de 2008.

E, mais recentemente, temos visto isso antes do crash do Covid em 2020, e agora durante a recuperação que sucedeu o crash.

O mercado financeiro sempre seduz as pessoas de tempos em tempos, e muito disso é retratado em filmes.

Portanto, hoje quero te falar de alguns dos filmes mais interessantes sobre o mercado financeiro.

Lembre-se, muito do glamour que é retratado nesses filmes não representa a vida dos operadores do mercado financeiro real. 

Um filme sobre o mercado financeiro clássico – Wall Street (1987):

De volta para os anos 80. Esse filme é provavelmente o filme clássico do mercado financeiro da década de 80.

Nesse filme estrelado por Michael Douglas e Charlie Sheen, o diretor Oliver Stone nos leva numa jornada na bolsa de valores da época. 

Bem diferente dos dias de hoje, antigamente o pregão da bolsa acontecia no chamado trading floor (sala de negociação).

Os traders dos anos 80

Naquela época os brokers eram pessoas, e não existiam os home brokers como conhecemos hoje. Era uma grande gritaria de corretores tentando executar as ordens de seus clientes que recebiam por telefone.

Portanto, no filme, Charlie Sheen (Budd Fox) é um corretor que tenta conseguir que Michael Douglas (Gordon Gekko) se torne seu cliente. Gekko é um grande magnata do mercado financeiro, envolvido em várias falcatruas de manipulação de mercado.

Ou seja, o filme mostra o jogo sujo que alguns grandes players jogavam na época. No Brasil, tínhamos o nosso próprio Gordon Gekko – seu nome era Naji Nahas, conhecido como o Homem que quebrou a bolsa do Rio de Janeiro. 

Durante o filme, vemos Budd Fox se aproximar cada vez mais de Gordon Gekko e se deixar seduzir pelo dinheiro e pelo poder. Infelizmente, Fox começa a se envolver nos esquemas corruptos de Gekko e acabam inclusive prejudicando sua família quando recomenda que Gekko compre ações da Blue Star Airline.

A Blue Star era a empresa para a qual o pai de Budd trabalhava, e Gordon faz um pump and dump. Ele manipulou o preço das ações para que subissem, e depois vendeu tudo, destruindo o valor de mercado da empresa.

Isso fez com que várias pessoas perdessem dinheiro e emprego, inclusive seu pai. 

Insider trading

No decorrer do filme vemos Budd e Gekko enriquecendo cada vez mais com seus esquemas de manipulação de mercado e insider trading (trading com informação privilegiada – um crime). 

Budd então acaba sendo preso pela polícia que vinha acompanhando seu envolvimento nos esquemas de corrupção, e decide cooperar.

Ele consegue arrancar uma confissão de Gekko, levando o grande magnata para a cadeia por insider trading, e fazendo com que sua pena seja reduzida.

Ou seja, este filme é brilhante para mostrar que o dinheiro e o poder podem desaparecer rapidamente se não forem conquistados de forma honesta.

Wall Street 2 (2010):

Em primeiro lugar, devo dizer que gosto mais deste filme do que do primeiro. E isso é raro, pois geralmente sequências nunca são tão boas quanto os filmes originais. 

No entanto, Wall Street 2 é um filme excelente pois lidou diretamente com a ressaca da crise de 2008. O filme conta com Michael Douglas novamente como Gordon Gekko, e o filme começa 30 anos depois do final do primeiro.

Gordon sai da cadeia e percebe que se tornou irrelevante no mundo do mercado financeiro. Porém, ele consegue fazer um modesto retorno escrevendo seu livro sobre como o governo e os bancos inflaram uma bolha no mercado imobiliário que levou à crise de 2008.

A volta de Gekko

Sua frase lendária do primeiro filme “Greed is good” (a cobiça é boa) vira o tema do seu livro no segundo filme. E ele usa este conceito para falar de toda a ganância de bancos de investimentos como Lehman Brothers que levou ao exagero na especulação imobiliária.

Ademais, o filme também estrela o jovem Shia Laboeuf como Jake Moore, um corretor de banco de investimentos que namora a filha de Gordon. Isso o permite se aproximar do ex-magnata, cujo objetivo (secreto) é voltar ao poder.

Como Gordon ficou muito tempo preso, seu relacionamento com sua filha é péssimo. Portanto, ao longo do filme Jake e Gordon fazem encontros secretos onde cada um acaba buscando no outro alguma coisa.

A trama

Ou seja, Jake quer aprender com a experiência de Gordon, e Gordon quer se reaproximar de sua filha. No entanto, as intenções de Gekko não são emocionais. O motivo de ele buscar uma reaproximação é porque antes de ser preso ele havia deixado 100 milhões de dólares numa conta da Suíça, no nome de sua filha.

Portanto, ao longo do filme os espectadores começam a perceber as reais intenções de Gordon: voltar ao poder. E ele consegue fazer isso ao seduzir Jake, fazendo com que Jake consiga transferir o dinheiro para Gordon. Isso era supostamente para que Gordon pudesse ajudar a gerir esse dinheiro.

No entanto, logo percebemos que Gordon usa esse dinheiro para voltar às suas atividades de magnata que vimos no primeiro filme. No entanto, dessa vez ele parece não fazer nada ilegal.

Margin Call – Um dia antes do fim (2011):

Este próximo filme é muito bom, pois também lida com a crise de 2008

Margin Call estrela Kevin Spacey e Zachary Quinto como funcionários de um grande banco de investimento, que entendemos ser o Lehman Brothers.

A referência ao banco Lehman Brothers fica claríssima quando o personagem de Jeremy Irons se apresenta como John Tuld, CEO do banco. Isso porque o nome do CEO do Lehman Brothers era Richard Fuld.

A história

Portanto, o filme começa quando Peter Sullivan (Zachary Quinto) percebe uma coisa estranha no sistema de risco que estava analisando. O nível de alavancagem das operações do banco estavam muito elevadas e o risco era imediato.

O filme inteiro se passa no espaço de 6 horas. E naquele momento são aproximadamente 11 da noite, quando Peter pede ao seu colega que volte do happy hour para ver aquela análise. Quando seu colega chega e constata que de fato o risco é gigante, ambos ligam para seu chefe, interpretado por Kevin Spacey.

Durante as horas que se seguem, mais e mais colaboradores do banco são acionados para traçar um plano de contingência. Isso porque se não agirem a tempo, o banco pode ir à falência no dia seguinte.

Basicamente, eis o problema: na época o Lehman Brothers carregava uma imensa quantidade de MBS (Mortgage Backed Securities – Ativos lastreados a hipotecas) em seu balanço. O mais difundido na época era o CDO (Collateralized Debt Obligation – Obrigação de dívida colateralizada). 

Em outras palavras, esses ativos eram securitizações: os bancos pegavam milhares de hipotecas (as dos bons pagadores, as dos pagadores medianos, e as dos maus pagadores) e as empacotavam em produtos chamados CDOs.

Estes CDOs eram vendidos como sendo produtos super-ultra-seguros. Afinal, quem seria louco o suficiente para não pagar a sua hipoteca?

No entanto, por diversos motivos, acabou que milhares de pessoas começaram a dar calotes. E quando isso acontece, o valor das hipotecas cai. Ou seja, o valor dos CDOs também caia. 

O risco de calote

Portanto, o filme nos leva a entender que o modelo de risco que Peter estava analisando indicou que os CDOs estavam a ponto de perder muito valor, e isso seria o fim do banco.

Nas horas que se seguem o CEO do banco chega, e reuniões são feitas para implementar o plano de contingência: se livrar o mais rápido possível de todos estes CDOs antes que eles percam seu valor. Em outras palavras, era preciso vender estes ativos ao mercado. 

O filme termina no dia seguinte quando todos os funcionários precisam tentar vender estes CDOs. Os que não conseguem, são demitidos. 

The big short – A grande aposta (2015):

Este provavelmente é o filme mais recente e contemporâneo no que diz respeito a crises.

O filme de 2015 tem um elenco de peso, estrelando Brad Pitt, Steve Carrell, Ryan Gosling e Christian Bale, e conta a história da crise de 2008.

Mais precisamente, o filme retrata a grande euforia do mundo em torno das hipotecas subprime, e como apenas alguns investidores atentos conseguiram perceber a grande bolha que estava se armando.

Os investidores atentos

Ademais, o interessante é que o filme mostra 3 histórias de 3 grupos de investidores diferentes, que têm a mesma tese: o colapso do mercado imobiliário. E é uma história verídica. 

Como vimos na seção sobre o filme “Margin Call”, os bancos de investimento haviam inflado uma bolha imobiliária graças a instrumentos financeiros complexos. 

Portanto, vemos como Michael Burry (o personagem de Christian Bale), percebeu a bolha antes de muitos, e foi montando apostas contra o mercado. Ou seja, apostando que o mercado imobiliário ia colapsar. 

Burry começou a comprar Credit Default Swaps (CDS), uma espécie de seguro contra calote. Ele comprou CDS de bancos que tinham uma exposição forte ao mercado imobiliário. 

Vemos também como Jared Vennett (interpretado por Ryan Gosling), um banqueiro, percebe o problema interno e decide se proteger, querendo apostar contra sua própria instituição. Nisso ele apresenta sua teoria ao time de Mark Baum (Steve Carrell), que decide embarcar na aventura e comprar os CDS.

Já o personagem de Brad Pitt é um trader aposentado que ajuda dois jovens aspirantes do mercado financeiro a fazer o mesmo processo. 

O interessante neste filme é que ele retrata perfeitamente o clima de festa que reinou entre 2005 e 2007, quando a especulação se tornava insustentável. Ademais, o interessante neste filme é ver como o clima muda drasticamente a partir do momento que os bancos começam a ir à falência.

O declínio

Caso você não saiba dos acontecimentos, vou recapitular para você: em março de 2008 o banco BNP Paribas teve problemas de liquidez e bloqueou saques de correntistas.

Em decorrência disso, milhares de pessoas ao redor do mundo se desesperaram e foram aos seus bancos para garantir saques. Nisso, o banco Bear Stearns teve uma crise de liquidez, uma vez que seus correntistas sacaram 18 bilhões de dólares em 2 dias.

Se você não sabe como funciona um banco, apenas saiba que ele trabalha com reservas fracionárias. Ou seja, ele não mantém todos os seus depósitos de correntistas em seu caixa. Ele guarda uma pequena fração e empresta o restante para investimentos de longo prazo. Isso cria uma situação frágil de liquidez.

Além disso, em setembro o catalisador foi a falência do banco Lehman Brothers. Isso assustou o mundo inteiro. O crash era inevitável. 

O filme termina com Burry escrevendo numa lousa que o retorno do seu fundo neste período foi superior a 400%.

Betting on zero:

Por fim, quero te falar do documentário “Betting on Zero” , que você pode encontrar na Netflix.

Este documentário de 2015 mostra a história por trás da empresa Herbalife, um famoso esquema de pirâmide. O documentário mostra a tese de Bill Ackman, bilionário e gestor da Pershing Square Capital.

Ackman, que já havia tido sucesso imenso em 2008 fazendo short (venda descoberta) das ações da seguradora MBIA, tinha um novo alvo. 

Ou seja, Ackman dessa vez havia anunciado em 2015 que estava shorteando as ações da Herbalife, sob o pretexto de que o modelo de negócios da empresa era insustentável. Isso porque a empresa precisava contratar cada vez mais pessoas para ter receita. Ou seja, em algum momento não tem como este esquema continuar.

A tese de Bill pode até ter estado correta, mas o problema é que ele sofreu uma retaliação de seus pares do mercado financeiro. O bilionário Carl Ichan, que tinha um relacionamento conturbado com Bill, decidiu comprar 18% das ações da Herbalife, provocando um short-squeeze.

Portanto, Bill precisou fechar sua posição em 2018, com uma perda de 100 milhões de dólares.

Onde operar derivativos

Hoje em dia existem diversos sites de análise de dados de mercado. 

Porém, nada melhor do que uma plataforma para você poder acessar todos esses dados enquanto escolhe seus investimentos e prepara suas operações. 

No Brasil, o OpLab é a melhor plataforma para operar opções e enviar ordens; você pode ver o seu gráfico de payoff e cotações em tempo real. Essa ferramenta também é perfeita para gestão de portfólio. 

Ou seja, você pode incluir diversas classes de ativos na sua carteira: ações, opções, renda fixa e fundos imobiliários. Na plataforma OpLab você tem a seção de indicadores fundamentalistas que permite que você veja dados financeiros das empresas. 

Ademais, você tem book de ofertas, indicadores técnicos, indicadores estatísticos, tela de pozinhos em tempo real, simulador de opções, etc.

Conclusão

Hoje você entendeu um pouco da história por trás dos filmes mais populares do mercado financeiro. 

O interessante é que cada filme retrata uma época específica dos últimos 40 anos, e é possível entender como as coisas funcionavam e os motivos dos sucessos e insucessos retratados. 

Mas e você, qual é o seu filme favorito do mercado financeiro? Comenta aqui embaixo.

E se você quer que falemos de mais algum filme no próximo artigo, comenta aqui também.

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Até a próxima.

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